quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O estigma português dos pequenos palcos



Li recentemente que a seleção portuguesa de futebol é a segunda mais valiosa do mundo; no ciclismo temos um atleta no top15; no futsal dominamos, no hóquei idem, lutamos por algumas medalhas em várias variantes dos Jogos Olímpicos, mas no ténis nunca nos safamos bem, e eu não percebo bem porquê, ou melhor, penso que não percebo.

Até à geração do Gil, do Machado, do João Sousa, do Gastão, vivíamos na sombra do que fez o Nuno Marques, estabeleceu um recorde fantástico estando no top100, mas cingiu-se a isso. No entanto, mesmo depois de quebrarmos a marca do top60, além de não conseguirmos permanecer lá nem pouco tempo, não conseguimos voos mais altos.

Se começamos a prometer no sector masculino, com jovens como o Frederico Silva, o João Domingues ou mesmo os mais novos ainda quase desconhecidos, no sector feminino temos a Michelle a dar que falar desde há cerca de 6 anos. Jogou o seu primeiro ITF com apenas 14 anos e 1 semana e aos 15 anos ganhou à Radwanska, à Makarova e à Pennetta. Tudo "normal", não tivesse também ter vencido um set à Serena. Sim, a Serena perdeu um set para uma "miúda" de 15 anos portuguesa.

História à parte, e agora com resultados mais frescos, como é que se explica que a Michelle elimine a Sharapova no Wimbledon e um mês e meio depois veja-se "à rasca" para vencer a Chi Chi Scholl (tenista americana que está fora do top300)?! Não quero denegrir a Michelle, longe disso, apoio-a sempre que joga, quero que ganhe tudo, como português e amante deste desporto desejo que venha a ser nº1 e jogue um ténis soberbo, mas neste campo os tenistas portugueses têm vindo a falhar. Já vimos o Gil ganhar ao Monfils, fazer um bom jogo frente ao Nadal, o Gastão deslumbrou no Portugal Open, mas falta-nos consistência de resultados. Não é só contra quem é melhor que nós que temos de estar a 200%, pelo contrário!

Numa altura em que se avizinha o US Open, já temos duas vitórias lusas, com a passagem à segunda ronda do qualifying da Michelle e da Maria João, só me resta desejar-lhes sorte e que tenham também a sorte de jogarem em grandes palcos, pois isso irá puxar de qualquer forma pelo melhor ténis delas. Se isso não acontecer, é a tal tarefa de provar nos pequenos palcos que se merece jogar nos maiores!

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